O concreto de mim
O que tenho de mais aceso
nessa vida que me pulsa
nesse cigarro acendido boca pra baixo
nessa cerveja que esquenta
enquanto te espero
eu desajeitada de mim
é a certeza de me viver
de correr com a boca aberta
abocanhando o que eu quero
Ah, isso sim, eu me vivo
O resto, todo o resto
esse do telefone não tocar
eu sofro e não durmo
mas aceito
aceito meio assim virando estátua
meio que concreta
essas coisas bestas e importantes
empedrando por dentro