Réquiem para Escobar Sete

Morreu Escobar Sete

Morreu na sexta, dia seis

Morreu aos trinta e sete

Morreu de insensatez

Sempre revolta

A água desse rio passou

Eu perdi um irmão

Eu perdi um parceiro

Na tentativa de mutilação

No ensaio de amputar a própria mão

Errou no cálculo

Enganou-se na execução

Logo o galho cujos frutos nos dava

o que nele havia de mais belo

Restou dele separado

Arrancado por um cutelo

Crasso erro poético

Este que cometeu o meu igual

O que se pensa no mundo lírico

Não se realiza na vida real

Além da obra

deixou um cachorro e uma amante

Que na canhota palma carregue

o óbulo para Caronte

"Requiescat in pace"