FIGOS SECOS

Longevas zombas jactam-se insolentes. Blasfemam a dor.
Escutai-me então se é que há de haver alma em ti!
Poupar-me-ia tua sombra com prudente zelo da luz?
Cremar-me-ia teu rancor apenas para por na urna o amor e as cinzas sopre-lhe o minuano?
Dize-me, roubar-me-ia do preto-marrom a força do amuleto o ônix?
Tomar-me-ia da vida a alegria, o fruto que nutre o homem?

Insípida és tu e o teu ódio fecundo de amor.
De tão efêmeros são como figos secos que  apodrecem no pomar.
Nem dos meus sonhos murmurados lembrariam!
 
MANOELSERRÃO - SLZ/MA - TRINIDAD - 08.06.2008.
serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 08/06/2008
Reeditado em 23/12/2008
Código do texto: T1024425
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.