Primavera Estuprada

Rasgaram o útero do dia

Macularam as fantasias

Com o ópio da poesia

estupraram a primavera

Abortaram as quimeras

da verde estação

Torturaram as belas flores

que sonhavam com impossíveis amores

vestidos com o véu da ilusão

Sobre o panteon da dor

Azaléias tristes e aflitas

aos deuses suplicam

uma gota de compaixão!

Apelo em vão !

Sangraram-lhes o coração

com o punhal da tirania

para aplacar a rebeldia

desta agonia em erupção

Que venha agora o inverno

mesmo o com o frio do inferno

que congele para sempre

a negra desilusão

Ressuscite as chamas do

fogo ardente do verão

Cubra com o manto

santo do amor

Desabroche uma nova flor

que dure o tempo que preciso for!

09/02/2005

http://geocities.yahoo.com.br/zenainversos/index.htm

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 07/04/2005
Código do texto: T10245