Egoísmo

Nos signos que ora desenho sobre o papel

Me descubro extremamente egoísta,

Pois endereço a mim, sentimentos meus,

Sem me importar com a interpretação do leitor.

Revelo o íntimo do meu ser em palavras não tão rebuscadas

Na certeza de que só eu mesmo consigo desvendar

Os mistérios profundos de minha alma. (Estarão desvendados?)

Alma criança, alma ingênua, alma bandida e dissimulada,

Com todos os altos e baixos, acertos e desacertos,

Tão comuns aos homens comuns,

Tão especiais e únicos aos homens fora de série.

Se as palavras por mim atiradas, como as setas lançadas,

Tiverem o poder de fazer alguém pensar... então, eu não deveria

Ser mais responsável? Não tenho a pretensão, nem o talento.

E continuo escrevendo minha biografia

Em metáforas sem sentido e sem nexo,

Sem deixar de também viajar na fantasia,

Em poemas simples e discretos.

Délcio Mores
Enviado por Délcio Mores em 23/01/2006
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