CAPTAÇÃO
CAPTAÇÃO
O susto do sexto sentido
Clama pela existência.
Reclama o agudo da voz
Em pausa, em causa,
Em véspera de desespero.
O agudo da espécie, sem ouvido,
Qual chama obscurecida.
A morte ambulante
Por entre cidades terríveis.
O mudo dentro de mim vocifera,
Reclama o escudo que se perdeu.
O que existe então, vida?
Gestos dos que se encobrem,
O quebrar do silêncio num tiro repentino.
O que se pervaga na colheita?
Na madrugada
O corpo se levanta
Sabendo o solitário dia.
O que existe então?
FERNANDO MEDEIROS
Campinas, é outono de 2008.