LUA FACEIRA

Mal se esgueira entre as árvores o dia,

insinua-se a penumbra entre seus galhos,

o nascer da noite e o raiar da lua.

Pára por momentos o rio sua viagem,

cessam as águas seu cantar...

Interrompe-se o canto dos pássaros,

e queda-nos aos ouvidos a solidão.

Animais adormecem no prado...

Em um gesto final do ocaso

Mostra-se a linda e clara lua,

ainda tímida no seu alçar...

Enquanto as distancias se estiram,

serpenteando brandamente

as sombras, qual tinto vinho,

vem a terra embebedar...

Mas a lua, grandiosa e faceira,

em seu domínio a reinar,

veste o céu de um azul celeste,

para seu trono enfeitar.

Cria no firmamento vias profundas

com raios de luz nas alturas,

para este chão iluminar.

E brilha com imponência

no coração do homem a saciar.

Buscando nele essência

para sua beleza avivar...

De branca, esplendorosa realeza!

Não viu a lua a tristeza,

Que bailava em meu olhar!

umvelhomenino

MORDEGANE
Enviado por MORDEGANE em 08/04/2005
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