Carnal

Quero te dizer alguma coisa,

Claro, como um canto de poesia.

Nossos olhares não se calam mais,

E eu não me sirvo da filosofia!

Nem da dimensão espiritual

Enobrecida pela alma pura.

Eu quero o teu amor assim,

Aberto, sem nenhuma compostura!

Eu sou carnal!

E a minha carne quer a carne tua.

Cruelmente, exageradamente,

Perdidamente nua!

E beijos de lamber a boca,

Corpo, sangue, alma!

Aqueles que devastam os sentidos,

Depois é pura calma!

Beijos desesperados!

Feitos com seivas terrestres.

E encharcados de sabores,

De frutas silvestres.

Carne maltratando carne!

Nesta batalha do prazer.

Para libertar a dor,

E dar à vida o gosto de viver!