A TERCEIRA INTENÇÃO

De segundas intenções

O mundo está óbvio demais...

Está na cara dura do salve-se quem puder

Do salvar a própria pele e sair liso e leso

Pisando em quem pode e chutando

O que vem pela frente...

Ética... pra quê?

Se é melhor levar vantagem

É assim que muitos... os mesmos de sempre

Sempre e todo dia agem...

E saem rindo como se tivessem

Vencido todas as batalhas e engolido a paisagem

No entanto, já perderam as lutas maiores

No seu vôo rasante rumo à mediocridade

São obedientes desnecessários

Pensam que enganam todos os otários

E vivem de favores dos seus proprietários

Já entregaram a própria alma...

E o troco que recebem se reverte na miséria

Que espalham por todos os lados

Ganham as paradas e paralisam as verdades

E essa paralisia é tão irreversível

Que se volta contra eles, mas não percebem

Mais nada... pois estão viciados

Nos seu pobres domínios de maldades...

Sanguessugas de si mesmos

Solapados de si próprios

Meros meliantes do passado

Defendem o que há de mais retrógrado

E lutam com unhas e bicos... feito urubus

Disputando a carniça fedorenta

Das suas intrigas

Assim vão destruindo por onde passam

Deixando no seu rastro os restos

Repisados dos seus atos desnorteados

Sem reflexos... circunflexos...

E ensimesmados