Resta a explosão do ânimo

Resta nas profundezas do âmago.

Aquela ilusória poesia

Que fadiga o ser, numa irradiada melodia

Resta aquela propulsão de gloria,

Que abusa e fortalece, sem se fazer real

Resta aquela confusão de verbos

Que tilintando põem-se a devanear

Nos campos ilusórios de um amor estéril

Funde-se com o passar dos anos

Aquelas lagrimas secas, que tanto faziam para escorrer

Com aquelas que por dureza a razão guardou

Resta rarefeito o perfume, que se agarrava na blusa

E hoje se busca no ar

Resta daqueles tempos, somente a lembrança.

Que de tanto acessada, sonhos se tornaram fatos

Resta no estremecer da pele, o arrepio do toque

Que não se sabia dar.

Resta num sono tranqüilo, o desabafar do peito, de um garoto ao mar