CÓRREGO ATROZ
Rio, que navega errante para o mar,
afluente parceiro de meus desamores,
pelas margens ribeirinhas vai sem parar,
carregado de minha solidão e dores.
Nas águas mansas vai desaguar...
Manchas negras, que traz em seu leito,
não se lembra mais o espaço de amar,
corroído pelas chagas de seu peito.
Em lágrimas, vai cruzando o caminho,
traz a saudade, que corrói num instante
nas profundezas escuras da dor e agonia.
Assim o rio vai, seguindo em desalinho,
águas turvas,que voam rápidas,incessante...
Sobre a areia inabalável da poesia.