Conflitos Interiores

Nuvens tenebrosas, densas

Negras nuvens sobre mim pairando;

Incertezas, acasos, esquecimentos...

Peito que dói, dor em forma de tormento.

Humanidade vinda com toda sua radicalidade

Cai por terra o anjo,

Permanece prostrado o homem.

Guerras interiores, conflitos bandidos

Meu eu contra meu eu

O eu humano, frágil, caído;

O eu racional, forte, confiante.

Combate, combate, combate...

De quem a vitória? Não sei.

Ora, por completo caco, saio eu.

Passam-se os anos;

Passa-se a vida.

Sonhos talvez mal sonhados;

Nunca realizados.

Vitórias utópicas aparentemente conseguidas.

Olho dentro de mim, e o que vejo?

Farrapos de um guerreiro em uma luta desleal.

Espinhos penetram-me a carne,

Desejos reprimidos de uma humanidade falha.

Santo contra pecador; céu contra inferno.

Vida que não se completa, que no esquecimento cai,

Injustiças vistas sem poderem ser combatidas.

Onde está a glória deste mundo?

Justiça? Para poucos existem.

Dói o peito, como espada a penetrar.

Ter que me calar, passar por covarde,

Ou encarar o sistema e sofrer as conseqüências?

Como sobreviver onde o homem teme o próprio homem?

E o temor a Ti, Senhor, onde fica?

Calem-me a vida, mas não me cale a voz.

Tantas interrogações, tantas incertezas.

Consumo-me em indagações, e o que mais a fazer?

Lutas interiores, guerras exteriores,

Assim passam-se os dias;

Assim vou vivendo;

Eu e meus conflitos

Minhas diversas indagações.

E como Sócrates eu percebo:

“Só sei que nada sei.”

BJ Duarte
Enviado por BJ Duarte em 20/06/2008
Reeditado em 20/06/2008
Código do texto: T1043400
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