PRENÚNCIO
Águas límpidas que lavam-me a alma,
ao amanhecer de mais um dia nublado,
reconstruindo o que sobrou de calma,
das turbulências de dias passados.
O ar que respiro é mais venturoso,
no inverno de minhas manhãs sós.
Pressinto espaço de sonho grandioso
na primavera,que trará enfim mil sóis.
Reconstruo minha estrada a cada dia.
Tiro pedras em emperram o caminho,
luta árdua em mim que dói demais.
Colho flores para espantar a agonia,
enfeito a passagem dos versos da poesia,
percebo a aproximação da minha paz.