ATENTE!
Atente!
Sou esta lua bêbada
que vem abraçar a noite.
Sou cio do ventre
a sufocar garganta úmida.
Sou água pura da chuva fresca,
água tofana das poças turvas.
Sou riso solto na madrugada,
último esgar da boca amarga.
E por aceitar inconstância da cena humana
aprumo o corpo,
sigo os malditos
traço passos
descontínuos
desmedidos
desventurados
Atente!
Aflora na mão, um gesto
selvagem
solitário
seco
feito quentura de sertão.