Sartei de Banda

Pulei, corri, abracei a causa

Quebrei depois de cair na vala

Separei o joio do trigo

Sem saber bem o que é isso

Corri do feitiço que estava perto de mim.b

Sartei de banda, caí na poeira, limpei o beco

Caí no mundo, virei um tango meio sem jeito

Dei um sumiço, agarrei no poleiro sem quebrar o pescoço

Joguei na sena, na quina, no bicho

Nunca ganhei, vivo de serviço.

Animei com a nova letra que escrevi

Curti uma sombra depois do almoço

Resolvi dormir mesmo no alvoroço

E a fruta que estava na mão

Agora só tem o caroço.

De ônibus, de trem, um grande esforço

Na noite, no samba sempre no osso

Em casa a calma vem com muito gosto

Um banho, uma cama, um beijo no rosto...

No sonho viagem no dorso

Nas selvas, no mato, o vôo, no lombo do ganso

Nas ondas, nas nuvens, um enorme balanço

Que joga e leva para bem longe do ranço...

Rômulo Cabral
Enviado por Rômulo Cabral em 23/06/2008
Reeditado em 26/07/2018
Código do texto: T1047647
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