Queria um poema amigo?

Queria um poema Castro?

Não posso matar todas as aves

Que voam no meu céu...

Algumas se dão ao holocausto

Mas outras, belas aves, apenas

Aparecem e se vão,

O que sobra é apenas lembranças

De dentro do pensamento

Misturado com imaginação e a desconfiança

De que se não se é

Nem louco nem são

Mas eu não me preocupo com isso velho amigo

As aves que aqui gorjeiam

São aves leves, poemas leves

Como os intestinos das africanas crianças

Que descem La do céu um olhar sobre mim

Como se me perguntassem

Que fizeram com a esperança

É cara amigo Castro

Africanas crianças

Aves que povoam o meu ser

Que me faz ver sentir e viver

O que eu não pedir para ter

O que eu não posso apelar

O que não posso evitar

Africanas crianças...

Elas estão em todo lugar

Minha casa está repleta delas

Meu céu

Minhas aves

Todas são elas velho amigo

Vá entender...

Não peço nada Castro

Mas queria apenas te dizer

Que nem todo poema é pra morrer

Por isso não podem nascer

Mas vivem eternamente na profundidade do meu ser

E são esses amigos

Que tenho para oferecer

As africanas crianças

Que em nenhum momento do meu dia

Meu eu

O eu que não sou eu

Mas o eu que é mais eu que eu

Não deixa esquecer

Africanas crianças Castro

Africanas lindas crianças...

Olha Castro!

Ah, você nem pôde ver...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 24/06/2008
Código do texto: T1049846
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