DIVAGAR DE UMA ALMA CANSADA

- Zelisa Camargo - )

Porque tudo tão rápido,

tão instante, profundamente distante

dos olhos que miram o vazio e a dor

do sentir uma saudade de que não sei

talvez da criança que nunca verá o sol nascer

a tarde se findar

o momento viver

as lágrimas descerem como agora

nesse momento vivenciado e sentido

por esse poema que penetrou fundo n\'alma

que nem palavras tenho para dizer da dor

do momento, do instante, do nada, do vazio sentido

da dor incontida

do sol que se vai lento trazendo uma noite fria

sentida no fundo d\'alma a dor da saudade de que nem sei

talvez de mim mesmo, que entre lençóis me perdi

no desamor dessa vida corrida em jornadas inúteis,

em passos lascivos caminhando estradas mil

que não a minha

em ruas descompassadas e noites pisadas ao leu

sem mesmo saber onde caminhavam nossos pés que lento

deixavam seus rastros de sangue na terra molhada por lágrimas

que desciam escondidas das faces rotas e cansadas.

Ah! momento de todo sentir onde o peito explode

em dor que não se conta

em lençóis que se amarram elos infindos

que são lembrados, rasgados e jogados ao vento do esquecimento.

Minutos... Momentos... Devaneios...

Mentes descompassadas e perdidas em doidivanos

lamentos do sol que nunca se verá

dos lençóis nos varais da vida

da vida nunca nascida

\"angustia branca, solidão negra,

angustia só...\"

e a criança que um dia quis brotar

em semente na terra virgem

nessa imensidão do nada se encontra

a bailar o momento só

divinamente só.

Perdidamente só

solidão branca,

angustia só...

E o tempo se foi ....

zelisa camargo

28.06.04

01.38

ZEL
Enviado por ZEL em 02/01/2005
Código do texto: T1054