DESCANSO

DESCANSO

O acento que rompe a escada

Do que digo.

A procura da poesia.

O descanso da consciência de Deus.

A mística que perpetua o cenário.

A letra, o acento agudo no infinito.

Mas o gueto se amplia

Na desconfiança do dia.

A procura da poesia,

Um veto em torno de uma luz desigual.

O acento que rouba a palavra,

Pois o mundo procura o seu gueto.

A mística sagrada que consagra

A cor no cenário.

A poesia será o descanso da consciência total.

Transparente ovário

Rompe a sombra,

Esclarece o sinistro.

Nisto a poesia

Rompe o acento e desliza seu gesto.

Um acorde que liberta

O gueto, relíquia de destruição.

A poesia então fornece o cântico do descanso.

A consciência total consagra o cenário

E supera a diferente, a poderosa linguagem dos povos.

Poesia se faz cenário de superação.

Tudo transparente.

Descanso definitivo de Deus.

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é inverno de 2008.