INFERNO
Nos barrocais profundos do meu ser
Vicejam sonhos, ambrosias, versos;
Bagas tristonhas, pesares diversos...,
Luzes e sombras, querendo viver...
Das saturnais, que da pletora vibram,
Meu coração se perde na torrente...,
Desiludido, só, indiferente...
A solidão, as dores me equilibram...
Ouço cantigas, marulhar de amores,
Como promessas, lúgubres favores
Do teu eterno beijo, beijo terno...
És o meu sonho, mágoa, andorinha...,
Meu passarinho..., doce alma minha...
És paraíso, és o meu inferno!...