INFERNO

Nos barrocais profundos do meu ser

Vicejam sonhos, ambrosias, versos;

Bagas tristonhas, pesares diversos...,

Luzes e sombras, querendo viver...

Das saturnais, que da pletora vibram,

Meu coração se perde na torrente...,

Desiludido, só, indiferente...

A solidão, as dores me equilibram...

Ouço cantigas, marulhar de amores,

Como promessas, lúgubres favores

Do teu eterno beijo, beijo terno...

És o meu sonho, mágoa, andorinha...,

Meu passarinho..., doce alma minha...

És paraíso, és o meu inferno!...

Valdez de Oliveira Cavalcanti
Enviado por Valdez de Oliveira Cavalcanti em 17/11/2004
Código do texto: T106