POLAROYDE

POLAROYDE

Danação

No oco

Sufoco

Da sufocanção,

Da salvação,

No riso cômico

De improviso

No cômodo

Mofado

De fado,

E o melancólico

Se quebra e se queda

No “atopos”, no gozo,

Com a morte

Grudada no rosto,

No troco da grana

Do bolso fedorento,

No palco obscuro

Da praça,

E a cara à tapa

A faca rasga a boca,

E o sangue jorra

Da polaroyde,

E o rio e as pedras

Nos bolsos,

Na foto de então

O riso estampado,

Esculpido.

E corro, corrido, cuspido,

Estampido...

_Socorro, inevitável canto!

_ Eia, “Aoide”!

A morte faz plantão.

PROF.DR. SÍLVIO MEDEIROS

Campinas, é inverno de 2008.