Músicas Tímidas...
Tremem no ar as músicas tímidas dos grilos,
Que se calam com o ruído aconchegante
Dos nossos pés na areia.
Sobre estas melodias entoadas
Brinca a lua ao esconder
Que não esconde verdadeiramente.
Reina, então, uma calma imensa
Na subtileza das nossas peles,
No deslizar suave e nocturno dos nossos corpos
E nas nossas almas temporariamente vagas ao mundo.
Não há vocalização possível
O silêncio une os nossos traços.
Vinca-os!
Rasga-os!
Descarna-os em nós!
Ambos sabemos da imensidão
De uma noite calada
E de um abraço terno.