Poema Lilás

Para Pedrinho Wada


 
Na varanda descanso o coracão
Lá fora a macieira cresce,
Frutificando no nosso quintal
E nessa espera, você se prepara no meu ventre
Nessa hora areja um vento bom,
é um dia quente de verão
O poente vai acontecer aqui no Oriente
enquanto no ocidente tudo desperta
 
Ah! os poentes do oriente são tão belos!
São tão belos!
O sol tinge o céu de amarelo
depois cor-de-rosa
borrando o céu de carmim,
as nuvens desfalecidas pela fraca luz
deixa a gente leve,
enquanto uma voz mágica
chega de um lugar nunca visto
nunca sonhado ou imaginado
um canto que não se pode ouvir, apenas sentir
como se fosse Mozart tocando só pra mim

A luz desmaia e o sol foge
se esconde atrás da montanha
A gente olha e pensa...
pensa no ocidente,
onde vive minha gente
que ainda dorme inocente
Dá uma vontade de saber
o sabor dessa gente
que pisa leve na areia
deixando o tempo abobado
com as cores que coloca na tela
pintando-me um sol poente
vestindo-me de sonhos,
sonhos tecidos na saudade,
saudade que atravessa mares e fronteiras
O poente de verão é assim,
sentimental, como um poema lilás
pincelando nostalgia na alma da gente


papel de parede Por do Sol 3D


No ocidente um sol nascente
exibindo um amarelo dourado
enfeitando o céu de ouro
com pedrinhas de rubis
Um colorido forte, ele traz
Incendeia o céu com seu cariz agressivo
nos dias de invernos quentes
Sobre a magia desse colorido-memória
deito-me na varanda para
apreciar a macieira cheirosa
E penso: Tem gente que machuca a terra
Tem gente que pinta a vida de vermelho
com seu pincel violento
Dá um tristeza na gente
Mas tem uma mão invisível
pintando com tintas do bem-me-quer
tudo que é emocionante e belo.
Pinta uma essência na alma da gente
essência feita de poesia divina

Tem um por-de-sol exuberante
sugestivo, emotivo
um por-de-sol lilás,
Dentro de mim
Um por-de-sol lilás
no horizonte do meu ventre
No chumaço de nuvens
cochila um Anjo
faz fundo para uma paisagem uterina
é de tão grande beleza
A impressão que me dá
que não se pode definí-lo
E por trás da colina da minha alma
meu coracão agoniza em lilás


Já findou o dia
o sol foi baixando devagarinho
carregado pelas leves nuvens,
leves como o véu que cobre seu rosto de Anjo
Dá um aperto no peito
aperto de dor
aperto de saudade
aperto de ansiedade
aperto de alegria
porque amanhã é outro dia
o rei sol vai desfilar com sua franja de ouro
no céu azulejado, azul, azulzinho
Majestoso vai exibir suas cores
E, você e eu
apetecendo um poente
lilás...


 
Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 04/07/2008
Reeditado em 07/08/2012
Código do texto: T1065003
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