LEGADO

Não vou esquecer

O frio da linguagem,

O rosto da imagem,

A lâmina que mata.

Aceitarei tudo,

Concreto ou abstrato,

Com o mesmo canto,

A mesma gargalhada

Que me fazem forte,

Capaz de cantar a morte

E repuxar-lhe a boca de palhaço.

Com sangue,

Deixarei gravadas

A dor e a ternura,

Marcos indeléveis

Dessa caminhada.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 09/07/2008
Reeditado em 11/07/2008
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