Cabelos Vermelhos

Já fui como você...

Andei nas esquinas,

Sorri no meio de meninas e

Brinquei de rodas.

Quis conhecer o mundo,

Quis fugir e quis entender o que não se explica.

O relógio marcava os meus passos,

Se avançava, minha mãe chamava;

Se parava, minha cabeça dizia.

Por isso te digo nunca cuidado é demais.

As vezes se pensa que sabe de tudo,

E quando no abismo, o que se pensa saber parece absurdo na hora

De resolver.

Vesti tantas roupas, mas nemhuma delas eram loucas;

As marcas eram de pobreza.

Nunca estudei em escola particular,

Porque a minha mãe não podia pagar.

Mas sempre andei,

Mas sempre entrei e sai de várias casas.

Não sou nemhum magnata,

Não sou um ser superior,

No mundo religioso um pecador,

No cientifico alguns me chamam de doutor,

Na vida eu sou um batalhador.

Não quero que vocês sejam deuses ou deusas

Até poque o sonho, nessa realidade é de vocês.

O meu tempo já está indo embora.

Olhei muito as estrelas,

Ouvi muitas músicas e falei diversas besteras.

Dançei e fui ídolo em muitos carnavais,

Os meus amigos não me acompanham mais.

Muitos, até já morreram.

Esse mundo afora não é o que foi anos atrás.

Enquanto eu brincava;

Enquanto eu inventava;

Enquanto eu chorava pelas palmadas;

Enquanto eu admirava a rosa;

Equanto eu nascia...

Muita gente lutava por um pais melhor e morria.

Os nossos dias românticos foram na saudade.

Essa verdade, meu amor, eu quero te dizer.

Ninguém, além de mim, vai te amar mais do que a minha mãe me amou.

Você cresceu...

É uma flor

E agora eu sei o que é um amor.

O teu sorriso,

A tua alma nobre

Envolvida no silêncio da inocência que sangra.

Por você é lindo ver a luz na escuridão;

Por você é lindo ver o horizonte nessa imensidão...

Mas não deixe que te envenenem;

Mas não deixe que te firam;

Que te façam chorar,

Como se o mundo fosse acabar.

Nunca usei drogas e quando burlei alguma regra

O castigo era iminente.

Mas hoje sou gente.

Gente de bem.

Não tenho nenhuma riqueza de coisas,

Não tenho nenhum desejo de rei.

Quero ao mundo a paz;

Quero a todos o amor;

Deixo a você o legado dos meus ancestrais.

Se amanhã eu não bater a tua porta,

Por favor não entenda que eu não te queira mais,

Pois pra mim, ainda que o mundo termine,

Já me basta, nessa vida, em meio a tantas dores

Tê-la ensinado a sorrir.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 12/07/2008
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