PELA AREIA

Caminhando pela areia

Me encantei com a sereia

No sol a se bronzear,

Fiquei tão paralisado

Que não percebi no lado

A figura de iemanjá.

Os seus cabelos compridos

Em seus ombros umedecidos

Reluziam como ouro.

Como os veios de uma mina

Ou criado em alquimia.

Um verdadeiro tesouro.

Seus olhos eram brilhantes,

Pareciam diamantes,

Lapidados com carinho.

Fixavam o infinito,

Buscando algo restrito,

Que iluminasse o caminho.

Tinha os lábios carnudos

E um sorriso obtuso

De quem vive no mar.

Seus dentes perolados

Parecia um rosário

Pronto para rezar.

A onda do mar que vinha,

Como um lençol de linha,

Cobria-lhe até a cintura.

Um cardume de golfinhos,

Como se fossem vizinhos,

A saudavam das alturas.

Cheguei perto da sereia

Sem fazer muita teia

Queria lhe falar.

Ela virou de lado

O tempo ficou parado

Enquanto sumia ao mar.

Poeta dos Mares
Enviado por Poeta dos Mares em 14/07/2008
Reeditado em 19/07/2008
Código do texto: T1080611
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