PEDRAS DA LUA

PEDRAS DA LUA

e o mundo é texto aos jorros

e o texto é coro de letras...

elas bailam articuladas

mundo aforanonada

em êxodo encadeadas nos corpos

das palavras nômades

em leituras aos jorros

gozozos afagando as línguas...

o texto é incestuoso-tortuoso

acariciando a língua do lunático

que roça as eróticas

Pedras da Lua...

e a letrada gosma

galhofa

a galope

gingando

lá na língua

a lorotar no arroto

a letra

e

Eros

uma ternura

é encontro do mito e do rito

em ritmo dionisíaco...

e a baba

baba

na boca

bélica

o babélico

o balburduar

nunca completa a leitura gozoza do texto-incesto...

e o homem-pergunta

rodopia no interdito

a babinolizar

ensimesmado no ato da lógica

das letras e da escrita...

e ele pervaga no espaço erótico inscrito

no regaço

no exílio

da interpretação infinita

do mito...

Prof. Dr. Sílvio Medeiros

Campinas, é inverno de 2008.