Paixão

Não era nada,

Não existia.

Toques de mãos,

Palavras soltas e uma admiração.

A hora era sempre comum, quando jutos estavamos.

Numa tarde, talvez sob a voz da carência,

Um olhar de Inocência

Fez algo brilhar.

Como uma necessidade,

Sem maldade,

Veio uma uma febre...

Que tomou nossas forças,

Eivou nossas almas de uma vontade louca...

Vontade de acompanhar a solidão.

Em dias nasceu aquele apego,

Uma fome sem igual,

Que direcionou a idade,

Que inventou a insanidade.

Da boca os verbos saiam perdidos de lugar;

As mãos sempre acesas na pele não paravam de queimar,

Que as roupas não custaram a folgar

Numa liberdade sem volta.

O dia que se formou entrou pela noite.

De tua pele brotava o desejo,

Que me alimentava o fogo no leito;

Teus beijos armados me encarceravam;

Teus olhos claros, essência da luz me cegavam.

Enquanto os teus cabelos ainda molhados

Desrriçavam o peito...

Enquanto eu bebia o néctar do prazer nos teus seios,

Tuas unhas na medida de minha força

Contra o teu ventre entranhavam na minha carne parindo a dor,

Parindo o sangue envolto no suor, parindo em par um gemido sem voz.

A fera rugia, as bocas comiam, e a fome e a fome produzia

Mais e mais amor.

Devidamentes apaixonados esquecia-se o mundo;

Esquecia-se as responsabilidades e vivamos o sonho.

Era tanta poesia...

Que a música suave invadia o escuro do quarto

E nos deixava harmônicos às juras eternas.

Os risos propagavam a alegria no silêncio quieto,

Enquanto o destino, apesar das juras humanas, já escrevia, que Aquele dia era começo de um fim, cuja saudade por tempos,

Haveria de no colo de cada um fazer sua escrita como...Perdão;

Pecado...Amor inesquecível.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 18/07/2008
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