O HOMEM DESPERTO
Orla e mar avistam os pés de quem deixa o refúgio
Em corpo sedento de brisa e grãos
Que se lança ave louca e se joga ao chão
A sentir o aroma d'areia misturada ao sal
Que lhe cobre e lhe molha e o enfeita
E os beijos da gotas o deixam lânguido e são...
Que poemas tais nuvens escrevem na pele da brisa
Que se ouve ao longe risos doces cantigas
E a ele murmura saudade e desejo
Que em tempos de tantos outroras
Vivera perdido em cidades de medos
E alados os olhos miraram o sol
E em raios de luz um poente
O chamara e lhe dera o segredo?
Os tijolos adormecidos sob os pés dos castelos
A fúria das hordas e ciclones avançando sinais
E príncipes e reis dobrados, o som dos martelos
De Odin e de todos os seus, o olor nos quintais,
Um risco de água azul com os olhos mais belos
A adormecer o caramujo em benquista pedra
Que tudo que na terra cabe nela se encerra.
Renascido e ereto
Eis o homem desperto
Em comunhão definitiva
Ao se religar à vida.