A Invenção
De manhã
Sob uma chuva fina
O sol de um novo dia brilhou.
O cientista como de costume...
Revolvia a cabeça para descobrir a fórmula,
Para encontrar a raiz da equação;
Para saber a combinação química da certeza
E chegar a uma razão ética da vida.
Assim...
Inventou o fogão;
Inventou o relógio;
Inventou o telefone.
Assim...
Inventou a televisão;
Inventou o navio;
Inventou o avião.
Assim...
Inventou o carro;
Inventou o foguete
Inventou a pílula;
Inventou o robô...
Não se contentou e inventou o inventor.
Da lua via que na terra tudo estava violento...
Paz e amor não vencia a guerra.
Agressões de toda ordem levavam a morte de milhões;
Miséria, prostituições, corrupções e a fome.
E assim foi por todo o dia.
No outro dia na terra,
Quando a noite assolada de dor
Veio acalmar os gemidos,
Em meio a alucinações o cientista tirou a bata pra sentir o ar,
Que de puro só tinha o teor .
Nu sobre seu leito, pela janela fitou o desejo de enfeitar a escuridão.
Criou então a lâmpada incandescente.
Mas não melhorou o seu humor.
Deitado com a companheira,
Olhando as estrelas sua mulher lhe beijou
Verbando desejo, em versos feitos para a alma.
Dei-me um filho, por favor.
Daquele beijo apelo,
Daquele olhar no infinito
Daquela mulher, que nem era tão bela,
Daquele momento, que não era o último...
Daquela esperança, como homem,
O homem descobriu, na própria terra, enfim,
Descobriu em família, que só o amor...
É o verdadeiro sentido na vida e na morte;
Na paz e na guerra;
Que só com o amor se constrói um mundo
E se une os universos.