O AR DA TUA GRAÇA
Uma palavra no colo,
um ombro no papel.
Um céu derramando
remédio.
Um tédio na vidraça,
que logo passa com o
ar da tua graça.
Um não querer, que deseja.
Um verso que boceja teu sono,
de poeta.
O que alivia, é pensante.
O que desarruma, é pulsante.
Fazer o quê?
Se a palavra pula da boca,
e ainda sonolenta, rouca e
insensata alimenta-se do
ar, da tua graça...