A Mario Quintana, neste 30 de julho,
                                 minha homenagem e carinho


DATA E DEDICATÓRIA

Teus poemas, não os dates nunca... Um poema
não pertence ao tempo... Em seu país estranho,
se existe hora, é sempre a hora extrema
quando o Anjo Azrael nos estende ao sedento
lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre, Poeta:
o que tu fazes hoje é o mesmo poema
que fizeste em menino,
é o mesmo que,
depois que te fores, 
alguém lerá baixinho e comovidamente,
a vivê-lo de novo...
A esse alguém,
que talvez nem tenha ainda nascido,
dedica, pois, teus poemas.
Não os dates, porém:
as almas não entendem disso...               
              

                   ("in" Baú de Espantos)