Desepero da Aurora

O que querem os versos que gritam?

O que querem os versos que choram?

Seu poder maligno de revolução

Às vezes causa medo

Outrora admiração

Versos que vociferam versos mortos

Que vociferam invejadas palavras

Que do vilipendio sobrevivem

Um verso vivo, outro morto

Formam, às vezes, um poema

De versos poderosos

De versos que temem

A luz do dia

A criação que a aurora traz

Inspira alguns e outros mais

Competir com a noite

Tão amada pelos versos

Mostra-nos o desespero da aurora

Salvador, janeiro de 2006

Gustavo Chaves
Enviado por Gustavo Chaves em 11/02/2006
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