ao tempo
uma mulher
interpreta o vazio
deitada à soleira
da porta
:
a palavra gira,
à boca, impaciente
o querubim azul
encrespa asas de abandono
em menções de furores
ao céu, amanhecente, de agosto
e os olhos solitários
detidos n'outono
deixam cair à paisagem
águas de saudades
somente a narração
dos ventos soava
adiante das horas
enquanto lágrimas
escorriam entre
a soleira e a porta
.
.
.