ao tempo

uma mulher

interpreta o vazio

deitada à soleira

da porta

:

a palavra gira,

à boca, impaciente

o querubim azul

encrespa asas de abandono

em menções de furores

ao céu, amanhecente, de agosto

e os olhos solitários

detidos n'outono

deixam cair à paisagem

águas de saudades

somente a narração

dos ventos soava

adiante das horas

enquanto lágrimas

escorriam entre

a soleira e a porta

.

.

.

marcia eduarda
Enviado por marcia eduarda em 01/08/2008
Reeditado em 01/08/2008
Código do texto: T1108177
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.