Insensatez Dionisíaca
O desejo de fumar
Atormenta e tira o sono
A vontade de amar
Ilude e impele à caça
Então sai para a noite
Desesperado procurando humanos
Repetindo sempre o último sorriso
Distribuindo olhares gratuitos
Assim, em meio à tormenta
Em um ambiente pesado de odores e sons
Um discurso se perde em plena euforia
Entrecortado pela fumaça espessa
De irresistíveis cigarros
E o tempo desaparece...
As pessoas em estado de graça
Não sabem mais o que são
Tocam-se ao som de uma música
Fundem-se nesta ilusória orgia
O sol
(Este grande filho de uma puta)
Apressa-se em derreter a maquiagem
Iluminando os salões da madrugada bonita
Deixando um rastro de esperma e serpentina
E eis que ao término
Da aventura noturna
Em um corpo extasiado pela insensatez dionisíaca
Uma alma cansada
Inebriada e confusa
Fere a si mesma
Por entre inatingíveis desejos.