“Nem sei mais...”

Nem sei o que me machuca mais agora

Se teus olhos frios como lamina de espada

Ou aqueles teus carinhos de outrora

Que tinham a ilusão das madrugadas

Ou serão ainda as tuas palavras caladas

Que me falavam mudas de tantas ilusões

Ou serão aquelas tuas mentiras atiradas

Que me feriam com todas as desilusões

Nem sei mais o que maltrata tanto

Se o enclausurado pranto

Que por orgulho não quis deixar cair

Ou se é a lagrima arredia

Que compôs essa triste poesia

Para ninguém ouvir

Nem sei mais o que me alegra o coração

Agora que pulsa em total descompasso

Disritmia causada pela solidão

E pela saudade infinita dos teus braços

E fico a perguntar-me agora

Se terão meus vindouros dias aurora

Ou se simplesmente sucumbirão

Agora que tudo em mim

Só percebe esse triste fim

Ocaso de infinita escuridão

Varley Farias Rodrigues