Manhã Original

A vertigem do sangue pulsa nas têmporas da luz. Ao alvorecer guardo um diamante para um dia. Ode por dançar no quintal das ondas. Vai-me encontrar no cálculo obstinado dum cenário sem memória. Sem memória, ou esta diluída num momento sobre a névoa. Límpido, líquido o corpo - passeando ao longo do parque de um tempo lúcido. A vertigem da luz pulsa nas têmporas do sangue. E porque falei do tempo – acto de inscrever a invocação ao futuro -, os nomes dobram o espaço, distância fendida pelo ar. No fim - a manhã original, pulsam as artérias no flanco das asas que liberta o vento em partículas.