CORREDOR VAZIO

Hoje me sinto infeliz

talvez saudoso demais,

andávamos juntos

um grupo de garotos

repleto de emoções

muita zona, muita zuação.

Ficávamos a noite

naquele banco do

corredor do prédio

passava o verão

chegava o inverno...

e a gente alí

madrugada a dentro

naquele papo

que bagunça.

Hoje todos cresceram

e eu fiquei pra trás,

não são mais aqueles

jovens de sempre...

e o nosso banco agora

vazio,

não conta mais as

nossas histórias

alegres de ontem.

Eles viraram adolescentes,

homens de verdade

uns até casaram...

e eu nesse banco frio

pensando como sempre

fiz.

O tempo passou,

envelheci, os cabelos

grisalhos, a pele do

meu rosto não tão firme

mostram a marca dos anos...

esse tempo traiçoeiro

passou por mim tão

derrepente.

e me deixou assim

quieto, tranquilo e

triste.

Essa máquina chamada

tempo não perdoa ninguém,

ela chega derrepente

vai atropelando a gente

e os nossos sonhos não

se perdem nunca, pois

as crianças novas que

vejo nesse corredor estão

aí pra continuar essa

velha e longa história.