Ando assim
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Ando assim meio tola, meio tonta,
Meio solta a tantas teias e nós
Tudo em rabiscos, sem discos
Sem métrica, sem rima, nem sina
Tudo solto em volto a caídas lágrimas
Largando, escorregando, deslizando
Desabando num nada, de nada
Ando assim meio cega, meio surda
A tantos jogos, farças e duelos
Espadas e cortinas rasgadas
Mas me desligo, deixo ser vencida
Destampada e mesmo que aflita
Sem recuo, sem retorno, sem ré
Não vejo setas, nem sinalização
Ando assim meio muda, meio fula
A tantas fugas, a tantas fuinhas
Meio fulas, sem fulgências, nem fuligens
Mas cheia de fulgor, volto a fumaçar
E me afundo, me removo, me reprimo
Fico assim sem fundo, nem mundo
Nem peço, nem suplico, só me assusto
Ando assim meio solta, meio a toa
Sobrante, por mais que sobredito
Devo sempre sobrepujar ao máximo
Rever meus sobressaltos solenes
Sem mesmo solfejar ao entardecer
A solidão está nas solinas da casa
Por entre frestas e corredores
Ando assim meio triste, meia trivial
Sem muitas saídas, só há desânimo
Amargura, aflição, sou agora angústia
Havia tanta ternura, mas evaporou-se
Esvaiu-se, na correnteza do meu rio
Agora duvidoso, suspeito e indeciso
Não me removo, nem me transfiro
Ando assim,
Tola, cega, muda, solta e triste
Ando mesmo assim...
Pollyana Oliver
Obrigada a todas as mensagens...
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