Branco

Branco

Sandra Ravanini

Apagarei minha imensidão que se foi,

enganando o horizonte nessa estampa

aberta, e destoando da voragem branca,

encerro os ontens deixando o hoje ao depois.

E não mais existirei no frio relento,

e amanhã será o omitido dia de ninguém

deformando o vazio de si, tão só, se vem

ecoando afora a brancura que tem dentro.

Lacrarei os risos e os prantos; vida e luto

em uma passarela onde não há eu nas vias,

dessentindo o crido universo que eu pedia

para um mundo cheio de nada absoluto.

Encelo a tintura, o horizonte secou,

apagando os meus ontens e depois tantos

na passarela de um universo branco,

sentindo hoje as manhãs do mundo que esfriou.

02/08/2008

Sandra Ravanini
Enviado por Sandra Ravanini em 12/08/2008
Código do texto: T1124604
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