E FINALMENTE A CHUVA...

Senti-me pássaro, ave,

A espreitar a chuva agreste,

No vão da escada de pedra,

Batida pelo sudoeste.

Queria fugir, voar,

Como tinha visto aos pombos,

Quando a chover começou

E se ouviram os ribombos.

Ainda olhei o pessegueiro,

Mas esse, menos feliz,

O mau tempo ia sofrer,

Preso ao chão pela raiz.

Salpicos me incomodavam,

Trazidos pela rajada.

Um arrepio me agitou,

Apesar de abrigada.

T’ria mesmo de esperar

Que a chuva abrandasse,

E com cuidado seguir

Para que os pés não molhasse.

Mas, tinha o coração quente,

Agradecida ao Senhor,

Pela chuva benfazeja,

Após a seca e o calor.

A relva a tapar a terra

Castanha, faz tempo assim,

Folhas a reverdecer

Na humidade do jardim.

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 16/02/2006
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