Sucede que Há uma Casa
Sucede que, na encosta, há uma casa
de olhares leves sob cortinas breves
onde a vida escreve, numa tábula,
antigas e mesquinhas cicatrizes
que
_ ao pisares no tempo de existir
senti, eu, o quanto me deves_
Em trajes vários, olhares dispersos
a vida suga a umidade das faces.
Num só frasco, gerações diversas.
Anda-se para trás na subida
da encosta!... Um atraso de vida!
Sucede que, ali, há uma casa
que espia vidas,
no expiar da subida
onde se desce à sorte,
vida, sob a sentença da pedra, morte.