O Monte da Solidão

Faz mais de uma semana que não passo em casa,

Pois não quero ter que fazer as mesmas coisas sem graça.

Quero apenas estar afastado de tudo num monte ao norte,

E deixar que o vento escolha minha sorte.

O vento da solidão sopra forte no topo da montanha,

Fazendo com que mergulhe dentro de mim mesmo pra me aquecer.

De longe, ao olhar alheio, encanta,

Mas eu sei que nada cura isso, exceto continuar a viver.

Durante o dia todos os olhares permanecem fixos à sua beleza,

Então se mantém alegre, reluzente e estável.

Mas a noite está vindo, inevitável,

Que me tratá a inexorável tristeza.

Quando enfim chega, a névoa se encarrega de me esconder.

Eu vejo todo mundo, mas ninguém consegue me ver.

Será doloroso voltar e ouvir pessoas falando sobre meu exílio,

Voltar pr'aquela gente mentirosa e deixar este marasmo idílico.

Quanto dissabor pode existir dentro de um homem?

Quanta falsidade pode suportar?

Pode ser que não fique aqui pra sempre,

Mas vai demorar um bom tempo pra voltar.

Tasboto
Enviado por Tasboto em 14/08/2008
Reeditado em 17/09/2012
Código do texto: T1128311
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.