Ver a água correr,...
Ver a água correr,
Por entre os dedos
Ver o tempo passar,
Nas voltas do coração
No sentir do só,
Sozinho, solidão
Das marcas que emanam
As horas que passam,
Passam & parecem
Desaparecem com a luz do Sol,
Ao cair da noite
Poucas coisas ficam,
E as que ficam,
Pouco marcam,
São as sobras,
São as sobras,
Que de sobras,
Pouco ou quase nada,
Resta, mas ajuda,
Todo passado,
Sinal de velho,
Quanto velho,
Quanto passa
Mas escorrega,
Não predestina,
Pois destino, não é saga,
Ou se faz, dia a dia,
Que carrega,
Só não a solidão
Sentida, ressentida & sofrida,
Sem saber o que é sofrer,
Mas demarca como uma ruga
Parada no ar
Pois o medo é pelo medo,
De se tentar
E escutar, de coração cortado,
Dizer-lhe sem ao menos
Pensar
Um solene não.
Peixão89
Solidão & Afins – 1984-85-90