a vida é um brinde, a morte um prêmio

nesse palmo de chão que me sustento

há uma fundura que me engole

coberta por um céu que não me socorre,

inundada de mim morro sufocada

pelas incertezas que borbulham cheias,

ceifo dúvidas mal plantadas

me agarro sem fé as minhas próprias teias

nesse veio que me agarro,

arranho paredes amolecidas

tal qual cinzas de cigarro

que deslizam previamente esquecidas,

rasgo sulcos mas não finco raízes

quase tudo aqui é volátil

sob penetrados olhos juízes

o ponteiro ingrato escorre frágil

no gume de lâmina afiada;

que se multipliquem em muitas facetas

a que de mim sobreviver agarrada

e se enterre ao som de trombetas

a que se despe da carne fácil.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 18/02/2006
Código do texto: T113421
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