a vida é um brinde, a morte um prêmio
nesse palmo de chão que me sustento
há uma fundura que me engole
coberta por um céu que não me socorre,
inundada de mim morro sufocada
pelas incertezas que borbulham cheias,
ceifo dúvidas mal plantadas
me agarro sem fé as minhas próprias teias
nesse veio que me agarro,
arranho paredes amolecidas
tal qual cinzas de cigarro
que deslizam previamente esquecidas,
rasgo sulcos mas não finco raízes
quase tudo aqui é volátil
sob penetrados olhos juízes
o ponteiro ingrato escorre frágil
no gume de lâmina afiada;
que se multipliquem em muitas facetas
a que de mim sobreviver agarrada
e se enterre ao som de trombetas
a que se despe da carne fácil.