TEMPLO

Cada poema é um templo

erguido por tantos sentimentos, e

balbuciados na solidão de um vitral,

por onde espreita-se o mundo

insano de um memorial.

Ah! este meu templo,

que me abriga da chuva e do vento,

e me protege de tantos temporais.

Ah! este mundo melhor,

que com palavras invento,

é um escombro de poesia,

que sobrou de um vendaval.

Juntando os cacos do tempo,

vou construindo uma catedral.

Sem sinos, sem torres e sem ais

mas tão só e tão minha,

sacramentada para mortais.