ECLIPSE SOLAR

Dá-me um beijo, lua,

E serei carne nua

Estendida ao sol do meu presente...

Estarei tão perto de ser ausente

Que o cavalo que aí ainda mora

Trotará feliz pela risonha aurora...

O vago tom de negro corpo em lunares poesias

Se perderá no dia de tendas e infinita feira

Onde almas benzidas em terra distante

Se comporão como grãos d`alma da poeira...

Dá-me um beijo crescente

Para que a cheia poesia

Inaugure em tempo insciente

A noite que é outro dia.