QUATRO NAIPES E POESIA
EU- COPAS
Sou um misto de alegria e tristeza
Sou amante da beleza
Inserida em versos
Buscando resposta em outros universos
Sou um pouco chama
Que encandece e se inflama
Sou um pouco ar
Que deixa a chama queimar
Sou muita emoção
Quase tão pouca razão
Sou poetisa de poetar solto
Sem muitos artifícios envoltos
Nas palavras que escrevo
Nos sentimentos que transcrevo
MINHA METADE –PAUS
Minha metade é alma pura
Recheada de extrema candura
Tem uma beleza interna sutil
Tem por mim um amor febril
Com ela divido a vida
Mas minha metade não compreende
O que a ti me prende
Eu também não sei explicar
Nem eu consigo entender
Assim continuamos a viver
Num terno e afável querer
TU- OUROS
Eis o mistério profundo
Creio eu, não ser deste mundo
A tua interação
Tu és uma alma discreta
Repleta duma emoção secreta
Tu és um escultor de letras
Tocador das velhas retretas
Anunciante de tempos idos
E há muito esquecidos
Tu és um anjo alado
Que jamais terei a meu lado
Pois o lugar já está ocupado
Não devendo ser profanado
De ti, quero apenas a poesia
Tão palpitante e intensa
Que cheia de emoção se condensa
E se transmuta em ti
TUA METADE-ESPADA
Tua metade eu desconheço
Mal sei seu endereço
Mas ela também não compreende
Que o verso não repreende
Os sentimentos que unem poetas
Não! Não somos profetas
Somos apenas almas semelhantes
Que acham muito importantes
A comunhão dos pensares
Que para as metades são azares
A REGRA DO JOGO
As metades não carecem ter temores
Pois a poesia vai além dos amores
É muito mais que atitude carnal
Exprime união espiritual
Só quem entende o que passa
Este estado de terna graça
É poeta ou artista
As metades têm que perder de vista
E entender a situação
Não se priva a inspiração do poeta
Senão é morte na certa
A poesia é um jogo marcado
Que para ser jogado
Exige uma regra, sem exceção
Haver amor no coração!
Denise