Lamento Nortista

Doi tanto seu moço meu peito

Morá em Sum Paulo suzinho

Sem ter perto meus amô

Que me sarva seu moço

é minha sanfona safada

qui toco em carqué lugar

Ocê vai me ver toca

Um forró bem ligeirinho

Pra mode da moçada isquentá

Só num fico a vontade

Quando doi a tal sardade

Do povo que deixei lá

Comu broa de fubá

Tomo mingá de cove na cuia

E num eskeçu de levá carne de sol cuzidinha

Pra mode di cumê lá

Quando o forró acabá

Haja cachaça nu buxo

Haja forró nu salao

E eu ficu dançano e tocando

cum cada cabocla bunita

Qui tem pru caba escolhê

Mas eu vorto sideus quizé

Lá pru lugá que nasci

Pro roçado e pra campina

Pra andá na frenti dus boi

e pisá em bosta no currá

Mi perdoa seu moço

Sum Paulo é muito bunito

Mas sô nortista e umirde

E tenho muito orgulho

Du lugá onde naci

Ai apareceu o querido Aimberê que acrescentou

essa belezura pro desabafo do meu nortista:

"Coitadim dessi nortista/ num si isqueci lá du norti;/ eli um dia vira artista/ vai mudá a sua sorti!"

Adorei Poeta, um beijo pra você, obrigada

ysabella
Enviado por ysabella em 20/08/2008
Reeditado em 22/08/2008
Código do texto: T1137986
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