Noite
Quando o manto escuro da noite
se escancara em meu leito
ao acaso
fico a sempre vaguear
por vezes a soluçar
a memória a recordar
tempos idos
quase infindos
tudo volto a me lembrar
Contrario a própria vida
cujo fim é sempre andar
não pode mesmo parar
os ponteiros do futuro
mesmo insisto
e a noite vivo sempre a recordar
No mar das minhas cobertas
estendo todo o meu pensar
salto meses
volto anos
estou sempre a recordar
É no mar das minhas cobertas
que eu fico a ancorar
o barco do meu passado
e não consigo mais enfrente navegar.