Dos nossos silêncios
Dos silêncios que me cutucam, tenho filetes
Que somem pelo ar em espirais transparentes
Assédios doentios , pacificamente calados
Na pele arrepiada de urros e sussurros fartos
Embalo a solidão das falas que não me deste
Põe a salvo teus olhos e a alma trêmula
Não há em mim leitos secos, nem margens sem viço
Minha pele não conhece a aridez de pranto
Rego-as de sonhos, prosas e versos gritantes
Onde um dia plantei sonhos solitários
Nasceram flores de amores perpétuos
Floridos sobre um manto de silêncios vivos
Cala teus silêncios nesse chão encharcado
Junto aos meus semeados com alegria
E verás os nossos jardins belamente intocáveis